A Sociologia do Lazer é
um campo de pesquisa relativamente novo no Brasil, possuindo como principal
base teórica, em seus primórdios, a Sociologia Funcionalista do Lazer proposta
pelo francês Jofre Dumazedier. A concepção funcionalista do lazer percebia esse
fenômeno enquanto uma prática desinteressada, hedonística e pessoal, dando ao
ser humano a oportunidade de repousar e se ver livre de suas atividades
obrigatórias, descansando seu corpo e mente para voltar revigorado ao trabalho
no dia seguinte. A partir da década de 70, o modo de produção capitalista passa
por uma série de mudanças que alteram todas as relações sociais, o que
consequentemente atinge o fenômeno do lazer. Com o processo de mercantilização
das relações sociais, o lazer se transforma em uma prática que serve como forma
de manipulação do tempo livre dos trabalhadores. Se antes o lazer era visto
como atividade livre e desinteressada, agora ele se tornou uma atividade
mercantilizada, programada e que atende aos interesses e demandas do mercado
capitalista. Desse modo, sem desmerecer a contribuição que os estudos
funcionalistas acerca do lazer trouxeram para a constituição desse campo de
pesquisa no Brasil, os artigos que fazem parte dessa coletânea analisam o lazer
a partir de uma perspectiva crítica, buscando alternativas, questionamentos e
respostas que contemplem a atual lógica de desenvolvimento do modo de produção
capitalista e seus desdobramentos na prática do lazer, ou seja, os textos aqui
inseridos percebem o lazer enquanto um fenômeno mercantilizado e programado,
sendo parte do processo de controle social dos trabalhadores.
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